A arte eletrônica encontra na evolução tecnológica o suporte para dar continuidade a uma ancestral necessidade humana de expressão
Na edição de 2004 da mostra anual de arte realizada pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) com alunos da faculdade de artes plásticas, um terço das obras inscritas eram trabalhos com – ou em – vídeo. Foram mais de sete horas de imagens veiculadas durante o processo de seleção de uma exposição em homenagem – coincidências à parte – a Julio Plaza, artista espanhol que produziu durante anos no Brasil e figura entre os primeiros a realizar experiências com videoarte no País. Esse é apenas um exemplo de como essa manifestação ganhou espaço no panorama das artes no País – e no mundo. “É impossível pensar na produção contemporânea sem considerar a relação entre arte e tecnologia, ou arte eletrônica, enfim, entre a arte e esses novos meios”, afirma Marcos Moraes, coordenador do curso de artes plásticas da Faap. “É uma coisa mundial. Existe uma presença marcada, muito forte, de todas essas experiências, de toda essa linguagem que, de alguma maneira, se utiliza ou é desenvolvida a partir de meios eletrônicos.”
Atualmente a principal característica da produção de arte eletrônica são as experimentações com os novos meios. Os lançamentos da indústria tecnológica dão o tom: o da velocidade. Profusão de imagens – na internet, no celular, na televisão, vendidas em DVD – tentando traduzir o mundo globalizado. “Vejo um ótimo momento para a produção da arte eletrônica hoje”, afirma Marcos Moraes, professor da Faap. “E isso fica claro inclusive nas escolas de arte. Por mais que os currículos sejam, digamos, clássicos – desenho, pintura, fotografia etc. –, os alunos acabam desenvolvendo trabalhos com suportes dos mais variados. Temos um grau incrível de produção em vídeo, fotografia digital e até imagens em película manipuladas eletronicamente.” Em texto publicado no site do Itaú Cultural, o doutor em comunicações Arlindo Machado explica que cada vez mais os artistas lançam mão da tecnologia para a criação de suas obras não somente no que diz respeito a imagens, mas também suas “músicas, seus textos e ambientes”. Machado escreve: “De repente, nos damos conta de uma multiplicação vertiginosa ao nosso redor de trabalhos realizados com pesada mediação tecnológica”.
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